18 de janeiro de 2009

Em construção!

1 de outubro de 2008

Brasil das Artes

Quando se fala em cultura logo penso em: música, teatro, dança, cinema e por último penso nas artes. Quer dizer, tudo isso é arte. Mas, estou falando daquelas Artes, sabe? Vou dizer as primeiras imagens que me vêm a cabeça: quadros abstratos e tradicionais, dadaísmo, expressionismo, futurismo, esculturas, Picasso, Cubismo, Monalisa, Portinari, Munch. Das 10 imagens somente uma é certamente brasileira: Cândido Portinari. Prova de que eu realmente pouco conheço das artes brasileiras.

O banco do Brasil, em comemoração aos seus 200 anos, abre ao público um diversificado acervo de pinturas, com a mostra “Brasil Brasileiro”. Cinco andares do Centro Cultural Banco do Brasil de São Paulo estão ocupados por 185 obras de 80 artistas brasileiros, das quais várias são inéditas para o público. As obras estão divididas em cinco núcleos: "Nossa Gente", "Nossa Terra", Nossas Lutas", "Nossos Sonhos" e “Nossas Paisagens”; e em diferentes períodos, escolas e tendências.

"O Morro da favela" Tarsila do Amaral

Entre as obras expostas estão "O Grande Carnaval", de Di Cavalcanti; "Flora e Fauna Brasileiras", de Candido Portinari; e "Roda" de Milton Dacosta. Quadros de , Alberto da Veiga Guignard, Aldemir Martins, Alfredo Volpi, Anita Malfatti, Benedito Calixto, Cícero Dias, Heitor dos Prazeres, Lasar Segall, Tarsila do Amaral, Waldomiro de Deus, também são destaques na mostra. As pinturas são delicadamente acompanhadas por músicas e letras clássicas populares.

"BRASIL BRASILEIRO"

Onde: Centro Cultural Banco do Brasil (Rua Álvares Penteado, 112, Centro, São Paulo)

Quando: de 30/09/08 a 4/01/09, terça a domingo de 10h às 22h

Quanto: entrada franca

19 de setembro de 2008

"Última Parada 174" no Oscar 2009


O filme escolhido para representar o Brasil no Oscar foi "Última Parada:174". O longa que só estréia aqui no Brasil dia 24 de Outubro, conta a história de Sandro Nascimento, um garoto de 22 anos que chocou o Brasil quando seqüestrou o ônibus que percorria a linha 174 (Rio de Janeiro, 2000) e foi morto por policiais. Para concorrer ao prêmio de melhor filme em língua estrangeira, o filme utilizou da mesma estratégia que “Tropa de Elite”: antes da estréia oficial foi exibido em uma sala de cinema em Jundiaí.

A história foi contada no documentário "Ônibus 174", de José Padilha, diretor de "Tropa de Elite". O filme foi adaptado por Bruno Barreto e tem como roteirista Bráulio Mantovani. Oito anos após a tragédia, muitos já se esqueceram dos momentos dramáticos do seqüestro que foi conseqüência de uma tentativa de assalto frustrada que resultou em duas mortes. O ator Michel Gomes interpreta a cruel realidade que levou Sandro Nascimento à fatalidade. Aos 6 anos, o garoto presenciou a mãe grávida ser morta a facadas. Depois disso se tornou menino de rua. Foi um sobrevivente da chacina da Candelária. Viciado em drogas, participou de diversos assaltos até ser internado na Febem. Posteriormente foi preso novamente, mas fugiu.

A polêmica na época foi que após se render, Nascimento havia saído vivo de dentro do ônibus, mas já imobilizado foi morto por asfixia dentro do camburão policial. Assim como “Tropa de Elite”, o filme pode ser um grande sucesso de bilheteria brasileiro, porque discute um grande problema atual: a falta de preparo dos policiais para enfrentar a violência fora de controle . Um filme que incomoda, pois sabemos que o autor do crime não deixa de ser uma das vítimas. Vítima da sociedade hipócrita, da pobreza e da violência.

12 de setembro de 2008

FoLcK aGaIn


Folck music significa música do povo. Um tipo específico de música popular que é descendência cultural da música tradicional rural, ou de outro modo influenciada por ela.

O gênero “folck” vem ressurgindo com novas bandas, principalmente na vertente rock. Bob Dylan é o grande nome do estilo com suas músicas contemporêneas que também falam sobre a vida cotidiâna, sobre a política, sobre guerra etc., numa maneira mais globalizada. Com uma vasta carreira musical, Dylan adquiriu identidade própria, levando poesia a suas letras e rompendo paradigmas ao introduzir o instrumento elétrico folk.

No Brasil, o fenômeno é a paulistana Mallu Magalhães. Com de 16 anos de idade, a garota toca um violão de dar inveja e compõe melodias como quem tem uma longa experiência de vida. Seus vídeos já completaram mais de 300 mil acessos no site Myspace. Mallu virou sensação no cenário musical depois do show de abertura para a banda Vanguart, no clube paulistano Clash. Deste ponto em diante o sucesso foi crescente e agora ela é indicada em várias categorias do VMB 2008 da MTV, sendo favorita a levar o prêmio de revelação do ano.

A facilidade de acesso a diversas culturas pela internet, ou seja, a democratização musical é responsável pelo reaparecimento e criação de diversos novos estilos. Estaríamos vivendo uma revolução no cenário cultural, do qual ao meu ver haverá uma aceitação mais positiva quanto a esses gêneros alternativos.



"Eu não defino nada. Nem a beleza, nem o patriotismo. Eu tomo cada coisa como
ela é, sem regras pré-estabelecidas sobre o que deveria ser." (Bob Dylan)



Outras bandas do gênero: Blue Afternoon, Mr Spaceman, James or complex.
Onde escutar o “folck” em São Paulo: Bar Santa Augusta, Rua Augusta nº 976

7 de setembro de 2008

R.E.M no Brasil em Novembro



Confirmado os shows da banda R.E.M em novembro no Brasil. Será a segunda apresentação do grupo em terra brasileira em 20 anos de carreira. Fãs aguardam ansiosamente a apresentação do novo álbum da banda, Accelerate, nas cidades de Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo.

Em seu 14º álbum, R.E.M consolidou uma carreira de sucesso com milhões de discos vendidos em várias partes do mundo. A banda norte-americana estreiou tocando em festivais independentes em 1980. O sucesso veio quando o público passou a perceber as letras super valorizadas e uma parte harmônica diferente das músicas.

Quem realmente curtiu ou curte o rock dos anos 90 provavelmente lembra do sucesso que Michael Stipe e seus amigos fizeram com o single “Losing My Religion” do álbum “Out of Time” (1991) nas paradas do mundo inteiro.Com este álbum a banda conquistou três Grammy. Logo após lançaram “Automatic for The People” com destaque para o sucesso de “Everybody Hurts”. Em 2001, eles inovaram com o álbum “Reveal” que contém arranjos eletrônicos e letras bastante incisivas. O grande hit dessa vez é “Imitation of Life” que fez sucesso com um vídeo-clipe irreverente.

Em sua apresentação no Rock in Rio III Michael Stipe foi eleito pelos brasileiros como a personalidade mais simpática do evento. Stipe é alvo de boas criticas devido o talento que tem para cantar e compor. Assim como as músicas de U2 e Radiohead, as letras são bastante politizadas e fazem reflexões sobre a situação do mundo atual e o papel das grandes potências diante da miséria de milhares. Algumas letras também remetem ao profundo estado psicológico do ser humano. Afinal, a complexidade começa já no nome da banda: REM faz referência a um estado de sono em que ocorrem os sonhos mais vivídos.

Na minha opinião sem dúvida uma das melhores bandas de rock tradicional. Um grupo de estilo próprio que consegue ter um som moderno sem abandonar o conteúdo que foi alvo de admiração de ícones como Kurt Cobain e Renato Russo. Uma contradição entre o tradicional e o moderno que vale a pena presenciar.



Porto Alegre
Local: Estádio do São JoséRua Padre Hidebrando, 1100
Data: 06 de novembro (quinta-feira)

Rio de Janeiro
Local: HSBC ArenaAvenida Embaixador Abelardo Bueno, 3401 - Barra da Tijuca
Data: 08 de novembro (sábado)

São Paulo
Local: Via Funchal Rua Funchal, 65 – Vila Olímpia
Datas: 10 e 11 de novembro (segunda e terça)

4 de setembro de 2008

Teatro Mágico: sucesso valorizando a arte

Um grupo que reúne teatro, música e circo em um único espetáculo. Quem já assistiu a uma apresentação da trupe Teatro Mágico sabe que o grupo pode ser explicado deste modo mas não se resume a isso. Com letras muito reflexivas e uma energia contagiante o grupo consquistou fãs de todas as partes do país.
No último domingo, 31, a trupe fez um show gratuito em Santo André e reuniu cerca de 20 mil pessoas (segundo dados da polícia militar). Com duas horas de show tocaram sucessos do primeiro cd "Só para raros" e as novas canções do cd 2º Ato, como "Reticências" e "Cidadão de Papelão".

Na minha opinião como jornalista um show contagiante para qualquer pessoa que gosta de música boa. Já na minha opinião como fã: excelente. Antes do show o violinista da trupe, Galdino Octopus, concedeu uma entrevista:

O que está diferenciado neste segundo cd?
G: Começamos o 1º ato com uma estrutura um pouco menor. Este 2º cd foi feito em um dos melhores estúdios de São Paulo. O conjunto com a banda as músicas estão mais questionadoras em relação a política, a vida do sujeito, ou seja, a idéia daquele ambiente mais alegre e descontraído passa a ter um tom mais escurecido, em pouco mais crítico, mas sem perder a leveza. As músicas estão mais amadurecidas e acho que isso deu no resultado de 700 mil dowloads em menos de três meses.

O que influencia no trabalho das composições?
G: As influências continuam sendo as mesmas: Secos e Molhados, David Mathews Band, Chico Buarque, Antônio Nobre e outros. A música brasileira e um pop mais refinado norte-americano.

Qual mensagem vocês pretendem passar com as letras?
G: Como mensagem você tem, por exemplo, "Cidadão de Papelão" que faz uma crítica com a relação que a classe média tem com as pessoas, por exemplo, a faxineira que não é enxergada. O cidadão de classe média não percebe o cidadão que se torna invisível. Ou seja, a gente precisa prestar mais atenção nisso, ser mais humano e solidário. Na música o "Mérito e o Monstro" tem a questão do sujeito que passa o tempo inteiro trabalhando, mas não tem tempo para a criatividade. Fazemos muitas críticas mas sem perder, como já falei, a doçura e a ternura.


O que diferencia um show fechado de um ao ar livre e gratuíto?
G: A diferença é que tem mais gente (risadas). É a oportunidade de outras pessoas que não conhecem o trabalho de conhecer. Mas a estrutura também é diferente. O Teatro Mágico se habituou a lidar com várias situações. Esses dias a gente tocou para 30 pessoas em uma feira, assim como a gente pode tocar aqui para cinco mil pessoas hoje. Na última vez que fizemos show aqui no Parque Central nós tocamos para sete mil pessoas. Para gente, tocando para uma ou para um milhão tocaremos sempre com o mesmo espírito.


Vocês tem a intenção de deixarem de ser independentes?
G: Hoje em dia as gravadoras estão praticamente falidas, não tem muito a que oferecer. A indústria fonográfica durante muito tempo nos tratou como irrelevantes. Então percebemos que em um determinado momento era possível a gente gravar o nosso próprio trabalho e divulgar aproveitando o crescimento da internet. Não faz sentido a gente deixar de ser independente. A gente quer buscar agora uma outra etapa do TM que é importante: consolidar o nome Teatro Mágico como um trabalho extremamente profissional e sério com toda a estrutura de qualquer outro artista. A gente quer criticar a falta de apoio dos meios governamentais. Ainda são poucos os investimentos na música independente. A arte independente é a que mais cresce. É hora das empresas e dos órgãos públicos passarem a valorizar a música e arte independente e ver que é um setor sério que precisa ser apoiado.

Há um receio de uma maior exposição à mídia acabar com a magia do Teatro Mágico?
G: A magia não tem como acabar. A magia esta na relação que você tem consigo mesma e com as pessoas que estão ao seu redor. As pessoas trazem essa relação com a magia, mas nós não temos medo que ela se acabe.

Como acontece a relação de vocês com o público, principalmente na internet?
G: A gente sempre partiu do príncipio de ser independente. Então nossa relação aconteceu com uma conversa franca e aberta com as pessoas que iam nos assistir. Os mercenários do TM é o público. É claro que isso nem sempre é possivel de acontecer, pois ás vezes temos que sair de um local para o outro correndo. O público a gente nem considera fã e sim colegas e amigos que nos apoiam. Temos uma comunicação tranqüila. Por isso temos a preocupação de não mitificar o artista, como "aquele cara é intocável e tal...". A gente trabalha com a magia da arte e temos uma relação natural com as pessoas e isso fez com que as pessoas se aproximassem da gente. O cara assiste o show e fala: vou fazer uma comunidade no orkut. De repente o cara é popular e isso vai fazendo com que outras pessoas nos conheçam. Isso para gente é fantástico. As pessoas estão fazendo aquilo que é importante que é divulgar o TM para gente.

Muitos grupos também realizam trabalhos sociais com o apoio de vocês...
G:A gente tem uma preocupação com isso. Por exemplo em várias apresentações a gente propõe que as pessoas levem um kg de alimento não perecível e tal. O público começou a perceber também que a gente tem um discurso, que não é só um discurso, em relação ao sujeito, a politização do homem com a natureza e a vida. As pessoas percebendo isso e se identificando passam a criar seus grupos e ir as ONGs, orfanatos, creches e asilos. Isso é legal porque a gente percebe que incentivamos, mas também somos incentivados por eles a ter essa postura.


Essa interação com a platéia nos shows (malabares, etc.) partiu de vocês ou foi uma coisa que foi surgindo espontâneamente?
G: No começo dos shows a gente tinha uma brincadeira de que cada um que chegava recebia um nariz de palhaço. Hoje isso não da mais certo, mesmo porque trazer oito mil narizes de palhaço...(risadas). Agora cada pessoa tem seu jeito próprio de interagir com o Teatro Mágico.


Quem são os raros?
G: Os raros que o Fernando ( Anitelli) quer dizer é que todos nós somos raros. Você é rara, quando você morrer, você estará em extinção. Não é que as pessoas que assistem o Teatro Mágico são diferenciadas especificamente porque assistem o TM. São diferenciadas porque cada um é especial e raro neste sentido.

A mídia começou a abrir as portas para vocês?
G: Estão começando a abrir espaço para gente. Vocês são mídias, jornalistas! Vocês têm que começar a buscar novas artes, artistas independentes. O público é que foi fazendo a visibilidade nossa com a grande mídia. A grande mídia não tem mais espaço. Hoje, é só pegar o que passou no Jornal Nacional em um dia e repetir no outro. Não tem pesquisa. Essa busca tem que ser feita pelo blogueiro, o cara que tem um jornal de bairro. A grande mídia abre espaço a partir da mídia pequena.

Este universo um dia será valorizado

Nós podemos observar de maneira intelectual ou superficial a cultura. Também existem aqueles que participam diretamente do universo da cultura. O que não se pode é ter um olhar banal das belezas que constituem a cultura mundial e principalmente brasileira.
Aprendi a gostar do mundo da música e da arte quando passei a respeitar e me interessar pelas diferentes gerações de artistas de diversos estilos. Saber escutar Tom Jobim e se encantar. Escutar aquele sertanejo de raiz e entender a emoção da minha mãe ao escuta-las. Emoção porque aquelas músicas remetem ao contexto de uma época em que eu não estava presente portanto poderei somente compreender e não criticar.
A arte impõe presença nas nossas vidas. Pessoa alguma, por exemplo, consegue viver hoje sem gostar de música ou ter ela presente em seu cotidiano. A partir disso temos que ter um olhar mais critico a certos trabalhos que a mídia disponibiliza para nossas preciosas horas de lazer. Como futura profissional da mídia, preocupo-me com o modo que a televisão, por exemplo, influi na absorção dessa cultura.
A triste realidade brasileira é que não temos uma mídia que se preocupa em passar somente o que é realmente bom e sim o que traz visibilidade. Artistas independentes e talentosos não conseguem se manifestar no mundo da "grande mídia" que atinge as massas. Não há espaço para eles. Acontece que público se acomoda com esta situação. Afinal a maioria por falta de oportunidade não fazem nem idéia do que é a real cultura construtiva.
Então...De quem é a culpa da nossa "cultura do atraso"? da mídia?
O fato é que todos nós temos uma parcela de culpa. Se cada um soubesse selecionar o que é bom e reproduzi-lo, o acesso aos ótimos trabalhos existentes pelo mundo ficaria facilitado. Faremos a diferença não só divulgando a boa arte, mas aprendendo e influenciando a sua aceitação.